E a escala de prioridades para 2013? em que lugar você se colocou?
Viajei bastante, descansei, li bastante e estou com várias coisas legais para compartilhar
com vocês! Faz falta o note e um sinal de internet bom nessas viagens!
Quero compartilhar um texto sobre Relacionamento que recebi e achei demais!
aí vai, é longo mas quando começamos a ler deixamos de perceber.
bjinhos!
cuide-se bem!
Eternas são as nuvens - texto foi recorde de comentários nas
redes sociais
Os relacionamentos acabam, mas tudo o que você viveu com a outra
pessoa, não. E para onde vai esse acervo afetivo?
Publicado em 28/11/2012Hilda Lucas - Edição: MdeMulher
Conteúdo do site LOLA
O weCloud guarda o acervo afetivo, numa nuvem etérea que
armazena o sumo da absoluta intimidade que vocês tiveram
Foto: Getty Images
Para onde vai tudo que se vive? Para onde vai a mágica de certos
instantes? A comunhão que se viveu, a cumplicidade de dividir tempo, espaço,
experiências inaugurais? Para onde vão o carinho, a parceria, a entrega? Para
onde vai o conhecimento, pessoal e intransferível, que se tinha do
outro? Para onde vai o que só vocês viram e experimentaram: o nascimento
de um filho, a morte de um amigo, a notícia daquele emprego, o assalto, a
compra da casa, o diagnóstico ameaçador, a noite no acampamento, aquele show em
Londres? Para onde vai a consciência que você tinha, de, com apenas um olhar,
saber se ele estava feliz, deprimido ou ansioso? Para onde vai a absoluta
intimidade que se teve com o outro?
Acredito que isso tudo fica em algum lugar interno, como um
site, uma espécie de nuvem onde armazenamos tudo o que vivemos. Tão reais
e etéreos como o iCloud, temos os nossos weClouds, que podemos acessar ou que
nos acessa, algo que fica preservado, e que, mais do que nos fazer lembrar
coisas, nos acolhe e ratifica. O weCloud guarda o essencial, o que ficou depois
da ruptura, da tempestade, o rescaldo de um tempo, um a dois permanente, que
sobrevive aos acordos rompidos, às bênçãos desfeitas, às juras esquecidas. No
weCloud, ficam o sumo, o substrato, a força do projeto um dia compartilhado. No
weCloud, ficam o afeto espontâneo, o registro das intenções sinceras, da
vontade de acertar e de tudo o que foi verdadeiro.
Os relacionamentos podem acabar, mas não o vivido. Não se trata
de memória, nem de “detalhes tão pequenos de nós dois”. Não se trata de viver
no passado, nem de não aceitar os fatos. Não se trata de sublimar dores e
porradas ou se refugiar num mundo alegrinho de autoajuda e negação. Não se
trata de dourar a pílula e contar para si uma história diferente. Trata-se
de vida bem vivida que não pode nem deve ser perdida. Tudo o que
vivemos e sentimos vira acervo, fonte, ferramenta; é nosso para sempre.
Quando estamos com alguém, somos, em alguma instância, uma
pessoa única, que só aquele companheiro conhece. Maria é para João uma Maria
que ela nunca será para Pedro, que é um Pedro para Maria, que nunca será o
mesmo para Ana. Maria poderá ser muito mais feliz com Pedro do que com João,
mas ela terá sempre sido a Maria do João e haverá sempre um lugar onde Maria e
João se reconhecerão, mesmo que nunca mais se encontrem.
Somos o que vivemos, e não podemos abrir mão disso. É
fundamental que cuidemos da nossa história, que saibamos acolher nossas
experiências com generosidade e entendamos que certas vivências, emoções e
descobertas foram únicas e estarão sempre produzindo algum efeito em nós.
Todo fim de relacionamento pede tempo. Tempo para o luto, para a
saudade, para a cura, para o distanciamento, para a neutralidade, para o
recomeço. Existe um caminho a percorrer que vai do fundo do poço ao fórum, do
desespero ao terapeuta, da perplexidade à aceitação, do abandono à libertação.
Há que fazer faxinas: roupas, livros, fotos, palavras mal ditas, mágoas,
decepções. Há que separar papéis, propriedades, planos, sonhos. Há que
separar, acima de tudo, o trigo do joio, o passado do futuro, o extinto do
eterno. Há que guardar as coisas que não cabem em malas nem cofres, aquilo que
não se quantifica nem se elenca em formais de partilha e declarações de renda.
Há que “amar o perdido”.
Só quem tem passado tem futuro. Escolher a bagagem que se
carrega é decisivo para seguir adiante. Entre fardo e combustível, asas e
correntes, você decide. Entre salvar e deletar, você decide. Conjugar sem medo
o pretérito imperfeito para viver o futuro do presente.
Depois de um tempo, as dores passam... Sim, elas se cansam de
nós e, se somos saudáveis, nos cansamos delas também, seguimos em frente,
voltamos para nós mesmas, dispensando o que não nos serve mais, garimpando
minúsculas preciosidades, recolhendo luminosidades, cheias de preguiça de
sofrer, prontas para recomeçar, de novo, mais uma vez. Um belo dia você se pega
pensando naquele “nós”, que deixou de existir, sem a fisgada de saudade, nem
ressentimento, nem raiva. Você pensa com serenidade. Você pensa não mais
no “ex”, mas no companheiro de vida: sai o “ex”, fica o amigo.
É quando você o abraça no velório do pai e sabe como ele está se
sentindo e ele também sabe que você sabe como ele se sente, e isso é muito
íntimo e confortante e está lá, na tal nuvem, para sempre.
É quando você recupera em DVD seus filmes em Super 8 e fitas em
VHS, com todas as fases e faces queridas da sua vida, e faz uma cópia para ele,
porque sabe que aquilo tudo é parte da vida dele também, e você se sente grata
por compartilhar.
É quando você recebe um presente sem cartão: um disco de vinil
de um show que você foi com um certo namorado. Pronto, lá está o para sempre:
os anos 70, a avidez de descortinar o mundo, a larica, a revolução, o incrível
mundo das primeiras vezes, compartilhado com entrega einocência. O cartão é
desnecessário, pois só você e ele sabem quem vocês eram naquele dia-tempo e o
que significou estar ali naquele concerto de rock.
É quando você encontra numa caixa esquecida rolhas de champanhe
e sementes de romã, que fazem você lembrar quem você era e como você se sentia
quando estava totalmente apaixonada por aquele cara na Itália.
É quando você escreve um livro sobre maternidade e manda em
primeira mão para o pai dos seus filhos, porque ninguém mais do que ele sabe
como você ficava quando estava grávida, pois só ele viu seu estado de graça e,
talvez, antes mesmo de você, ele viu você virar mãe.
Lá estão vocês, no weCloud, sócios de experiências
transformadoras, parceiros de sonhos, realizados ou não, amigos que
cresceram juntos, cúmplices dos pequenos crimes contra o amor, vítimas dos
mesmos desgastes da convivência, ungidos por bênçãos comuns, coautores e
personagens do mesmo livro.
Maria não é mais a mesma que foi com João, mas, para ser a Maria
que está com Pedro, ela teve que ser a Maria do João, e João, para ser
o companheiro de Ana, teve que ser antes o de Maria. Somos o que
nascemos e o que escolhemos viver, somos o que ganhamos, o que perdemos, o que
boicotamos e o que nunca alcançamos.
É muito libertador fazer as pazes com nossa história. Do que nos
serve ter rombos na linha do tempo? Negar, bloquear, tornar inacessíveis as
lembranças, impossibilitar um resgate saudável do vivido? Do que nos serve
chamar ex-companheiros de falecidos ou equívocos? É injusto conosco. É
empobrecedor. Temos essa mania de achar que só o que dura para sempre é um
sucesso. Durabilidade nunca foi sinônimo de segurança, assim como o efêmero não
é sinônimo de fracasso. Uma jaula é segura e nem por isso um lugar feliz, da
mesma forma que viagens são fugacidades maravilhosas que se perpetuam dentro de
nós. Nenhuma história é vã. Nada é. Nossa alma-memória, aquela que nos
identifica, define e referencia, é como uma colcha de retalhos; alguns retalhos
são mais bonitos que outros, mas todos são necessários.
“Amar o perdido deixa confundido o coração” (Drummond) porque é
amar o intangível, o que, não sendo mais, ainda resiste, insiste e ressignifica
o que antes tinha outro nome e valor. Amar o perdido é reconhecer que muito
tempo, energia e as melhores intenções foram investidas, empenhadas e
depositadas numa relação, num incrível voto de confiança no outro e
na Vida. Sim, mesmo os grandes erros e as falências retumbantes têm histórias
comoventes e belas. Amar o perdido é entender que nada se perde.
Amar o perdido só é possível quando você volta para a casa
dentro de você. Melhor que dar avolta por cima, é voltar para si mesma. Nessa
hora você se sabe inteira, apaziguada, de bem com sua história. Aí, você
entende o weCloud e lembra de Quintana dizendo: “eternas são as nuvens”, e você
se comove com a certeza de que um certo “para sempre” existirá, pois “as coisas
findas, muito mais que lindas, essas ficarão” (CDA).
É isso, não fica o que é lindo. Fica o que finda. Fica de um
jeito real. Não fica lindo só porque finda. Fica, porque finda, e, quando
finda, fica o que foi de verdade, o que nunca finda.
As coisas findas ficam. Perdidas, talvez, mas para sempre
nossas. Eternas, como só as nuvens podem ser.
11 comentários:
Fica ai uma bela reflexão. Feliz 2013, Rute! :D
Olá Márcia! lindo texto,muitas vezes fazemos tanto pra esquecer o passado, e esquecemos que este passado é parte de nossa história,nossa vida! Feliz 2013 querida! Bjsss
que lindo texto!
=)
feliz 2013 pra vc viu?
qlq coisa to no twitter tb @divaqrmagrecer
bjinhos
Olá, estou fazendo um diário de emagrecimento e resolvi tornar isso público(no anonimato rsrs) Esse é meu blog, fiz isso pra buscar insentivo da parte de algumas pessoas e tbm pra ajudar quem sabe, poderia ajudar a divulgar? http://sumamgordurinhas.blogspot.com.br/
Ei márcia! Estou começando esta semana meu emagrecimento.. Gostei muito so seu blog e estou te acompanhado! Se vc puder me acompanhar também.
Beijos !
Olá! Bacana seu blog, precisamos realmente nos apoiar nesse momento de emagrecimento. Fica na paz!
:) Iniciei o meu plano de emagrecimento e criei um blog para me ajudar (e a alguém que se sinta identificado com a minha situação) a permanecer no caminho, que de início é extremamente difícil. Comigo, começa tudo na tola (cabeça).
Muita sorte a todos os que resolveram agarrar nas rédeas da própria vida.
http://menosbanhanatola.blogspot.pt
Adorei seu blog, estou adicionando seu link no meu blog.
Bjs.
Laura
Fico feliz por ter gostado. Estou em plena fase de sofrimento mas é mesmo assim. Haja força!!!
Beijo
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Muito bom para refletir... boa semana Rute!
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